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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Emerson, Lake & Palmer - Brain Salad Surgery

Hoje decidi fazer uma análise do disco Brain Salad Surgery, do Emerson, Lake & Palmer. Apesar de não ser um grupo desconhecido, já vi muitas pessoas dizendo que nunca ouviram falar e sendo uma das bandas que mais gosto, resolvi postar então esta análise.


O ELP surgiu da união dos músicos Keith Emerson da banda The Nice, Greg Lake do King Crimson e Carl Palmer do Atomic Rooster, formando este power trio de Rock Progressivo. Super grupo era como costumavam chamar na época, uma banda formada a partir de músicos de outras bandas conhecidas. É interessante ressaltar que o ELP conseguiu fazer história dentro do Rock sem ter um guitarrista na banda, embora algumas vezes o Greg Lake gravasse linhas de guitarra e violão em algumas músicas.


Nesse álbum a banda teve a intenção de fazer músicas que pudessem tocar ao vivo sem muitos problemas, pois no trabalho anterior o grupo havia abusado da gravação multipista e overdubs, o que dificultou um pouco na hora de se apresentarem nos palcos. Primeiramente vamos ao título do disco. Brain salad surgery, que mais parece nome de filme de ficção científica, na realidade é um termo referente a sexo oral, o que explica a capa do álbum. Reparem no pequeno círculo no meio da figura, pois abaixo do queixo há a cabeça de um... pênis. Sim, leitor, um pênis, que em algumas edições do álbum seria removido devido a censuras. Bom, vamos ao que interessa. 


O disco começa com Jerusalem, uma ótima adaptação de um poema de William Blake, com direito a um acompanhamento com órgão Hammond, percussão poderosa de Palmer, linhas de sintetizador Moog e a sempre agradável voz de Greg Lake. Uma música muito bonita, cuja estrutura não foge do comum, como geralmente ocorre no Progressivo. Still...you turn me on é mais uma das sempre presentes baladas acústicas de Lake, sempre fazendo um contraste com as outras músicas, seja pelas estruturas musicais mais simples, ou mesmo pelas temáticas, que falavam de relacionamentos ou algo do tipo. Entretanto suas baladas sempre foram muito bem compostas e trabalhadas, com algumas explorando acordes extendidos e afinações "drop-D", em que afina-se a corda mais grave do violão 1 tom abaixo. O destaque fica por conta de Karn Evil 9, uma peça de 29 minutos, com grandes partes instrumentais alternadas com vocais e variações no clima da música, ora agitada, ora mais lenta. A segunda parte da "1st impression" passou a ser sempre utilizada para abrir shows, e gerou a famosa frase "Welcome back my friends to the show that never ends". Nessa peça temos direitos a licks de guitarra de Lake, que em algumas apresentações empunharia a guitarra nessa música ao invés do baixo. O tema da música é um planeta onde todo o mal e a decadência havia sido abolida, porém existindo no mercado negro. Ao final da música a letra fala do domínio da máquina sobre o homem, em que os computadores poderiam ter controle sobre a sociedade e ditar as vidas dos seres humanos. Fascinante, não? algo escrito numa época em que não havia computadores nas casas das pessoas, mais do que nunca permanece atual.


Formação: Keith Emerson - Órgão, piano, hapsichord, accordion e sintetizadores Moog
                 Greg Lake - Vocal, baixo e guitarras
                 Carl Palmer - Bateria e percussão eletrônica


Faixas: 1 - Jerusalem
            2 - Toccata
            3 - Still...you turn me on
            4 - Benny the bouncer
            5 - Karn evil 9
                         - 1'st impression pt.1
                         - 1'st impression pt.2
                         - 2'nd impression
                         - 3'rd impression 


Produzido por Greg Lake
Engenheiros de som: Geoff Young e Chris Kimsey
Ano: 1973


As informações dessa análise foram retiradas do encarte do CD original e de documentários sobre a banda. A análise musical é baseada no meu conhecimento e experiências.

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